Informática em Revista

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domingo, 29 de maio de 2016

As cidades dos ventos

As cidades dos ventos PDF 633 




Cidades que foram construídas e formadas pelos ventos. Dos ventos que modificam a paisagem na linha costeira, criando dunas móveis que por vezes se tornam fixas, por uma vegetação que ali se instala e ali se ramifica, aos ventos que trouxeram descobridores, colonizadores e invasores. Cidades onde ainda chegam os investidores e os especuladores, trazidos pelos ventos. E os ventos ao longo dos tempos, foram mudando os rumos das cidades, sempre com os usos, e abusos dos ventos. Dos ventos que impulsionaram as primeiras embarcações aos ventos que produzem energia. E assim as cidades mudam de acordo com os ventos. Dos ventos alísios e terrestres aos ventos da política e da economia. Dos ventos invisíveis que vão proporcionando resultado invisíveis, quase tão despercebidos, quanto as cidades invisíveis. Cidades paralelas que se tornam invisíveis.
No princípio nem eram cidades, não eram reconhecidas como vilarejos, e não registravam suas histórias e suas memorias. Mas eram regiões cobiçadas, despertavam algum desejo. Com certeza seus habitantes primitivos usavam e dispunham de alguns símbolos. Faziam trocas, com outras povoações mais próximas e com a natureza. Conheciam a verdade nos olhos. Poderiam viver um uma delgada extensão da costa. Todos se conheciam pelos nomes; cultuavam seus mortos; e observavam o céu, onde descobriam seus deuses. Tinham suas crenças ocultas e rituais próprios. 
Mas chegaram outros povos, com hábitos e costumes diferentes. Chegaram e encobriram suas histórias e suas memorias. Abafaram uma cultura e influenciaram a agricultura. Trouxeram símbolos e comportamentos. Instalaram um símbolo em forma de cruz, símbolo de uma religião e de um pensamento, cientifico e cartesiano. Os que ocupavam a terra, não tinham a escrita, e suas palavras, memórias e histórias se foram com os ventos. As poucas escritas que possuíam estavam inscritas em rochas, que não tinham mobilidade como a pena, a tinta e o papel. Não tinham carta de posse da terra, e os que primeiro chegaram, logo providenciaram, em nome de seu rei.
Primeiro chegaram os portugueses e os holandeses com seus mastros, suas caravelas, de velas estendidas e impulsionadas pelos ventos. Seus símbolos estavam estampados nas velas e nos mastros. Trouxeram memorias, e trouxeram produtos para trocas. Implantaram e chantaram seus símbolos e costumes na terra. Com uma cruz definiram tudo: sua religião, sua ciência, seus cálculos e as direções; N-S-L-W. E da cruz religiosa fizeram uma espada, prontos para um domínio da terra.
Com os olhos observaram as terras, e criaram suas ideias e suas cobiças. Das caravelas foram evoluindo na navegação marítima. Fizeram outras embarcações, a diesel e a vapor, mais modernas, sem depender dos ventos, mas chegaram sempre seguindo os primeiros caminhos feitos por caravelas ao sabor dos ventos. Mediram as terras em braças, para marcar tudo com as próprias mãos.
Passou um tempo e chegaram os franceses, seguindo os caminhos deixados pelas embarcações diversas. Que fizeram marcas pelas ilhas encontradas pelas rotas, traçando um caminho. Com sinais marcados pelas primeiras tripulações marítimas, pilotos arriscaram
em ventos mais altos, com aviões usados na Primeira Guerra. Voavam a uma altura possível de enxergar o que havia no solo, facilitando seus destinos e movimentos. Era preciso reconhecer a geografia e as marcas inscritas e descritas pelos primeiros desbravadores.
Fizeram nomes e viagens, Mermoz e Guillaumet. Escreveram relatos e livros, a partir de suas viagens, em busca da conquista da Terras do Homens (Antoine de Saint-Exupéry). Implantaram o correio aéreo postal, a Aéropostale de Pierre Latécoère, e assim construíram a Air France para voos mais altos, onde circulam outros ventos.
E chegaram os americanos, muitos embarcados em embarcações marítimas, para montar uma base aérea. Primeiro chegaram em navios para fazer acordos e assinar tratados, entre presidentes, embarcados e ancorados em uma base naval. Com pontos estratégicos e impulsionados contra os ventos, novos aviões foram buscar os ventos mais altos, a partir das cidades onde chegaram pelos ventos. Na base aérea, partiram os aviões direcionados pelos ventos com destino a um teatro de guerra, em outro continente, onde acontecia a Segunda Grande Guerra. Mediram as altitudes em pés, para marcar seus próprios passos. E para amarrar a situação mediram as velocidades em nós. Para medidas menores, seus polegares. Good my God.
Depois dos ventos marítimos, dos ventos em camadas no transporte aéreo, procurou-se investigar ventos em maiores altitudes, planejando uma viagem ao espaço. Da Barreira do Inferno investigaram ventos mais frios e gelados, em outras camadas atmosféricas. Desistiram de usar a antiga pista de aviões com nomes e fatos históricos, para construir uma nova pista, mais adentro no continente e com maior capacidade de carga e passageiros, com aviões maiores, de maior envergadura e maior autonomia. Sempre um local estratégico. Precisam desembarcar seus entulhos, suas tralhas e suas metralhas.
E agora novamente chegam os estrangeiros. Voltam dizendo que é possível usar os ventos. Instalam enormes cata-ventos transformando a energia dos ventos em outros tipos de energias. Estão aptos a investigar os lugares e os melhores ventos, possuem equipamentos para instalarem os aero geradores, os enormes cata-ventos. Possuem grandes somas de dinheiro para financiar toda instalação e todo equipamento, todos os cata-ventos. Eles detêm um conhecimento, uma tecnologia e uma economia. Lhes interessa este grande investimento, podem descobrir novas riquezas que possam influenciar novos futuros investimentos. Uma parceria, eles colocam os equipamentos, e as cidades oferecem seus ventos.
Chegaram inicialmente com as caravelas, trazidos pelos ventos, e agora chegam com o convencimento que é possível ficar por aqui e viver com o uso dos ventos. Não há necessidade de usos e pesquisas de outras energias. Energias que podem devastar países, territórios e ambientes. E para isto são até capazes de comprar enormes cargas de sal, recolhidas pela ação do sol e dos ventos. Insistem no argumento, que é possível viver de sal e sol, turismo e vento. 

Texto para informática em Revista.
As cidades dos ventos
PDF 633
 
Rn, 30/04/14 
por Roberto Cardoso (Maracajá)
Colunista em:  Informática em Revista
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